Ora bem, portanto estamos mais uma vez de acordo! Não tenho público alvo!
Mas o pessoal divulgador tem. Eu acho têm que ter, por questão de sobrevivência, para saberem para quem trabalham (vide comentário do pst anterior). Aliás, foi-me perguntado directamente pela editora, quando ouviu algumas temas,se eu queria passar na rádio e vender discos(??), ao que eu respondi que sim!
Queria puxar para aqui um sentimento (feeling em cámone) que tenho acerca de certo pessoal: são quem produz, quem traz o dinheiro para casa, mas como não têm tempo para mais nada, são os últimos da cadeia consumista. Eu explico: havendo só guito para 12 cds ano (ena!) lá em casa, se ele ou ela ganharem um, nem que seja a meias, já gozam! Para quê mais se não têm tempo para ouvir? Perceberam onde pode estar um pouco do nosso problema aqui escondido?É no não têm tempo!
Não tendo tempo, porque não podem, não ouvem, não compram,e por isso não contam.
Mesmo que queiram, mesmo se gostam, os sacrifícios para manter a casa e os filhos, e o que precisam exigem esta entrega. Podem dizer que não, e tal, somos livres..os pobres não são livres, porque não se podem dar a esse luxo. Aqui chegámos ao ponto onde posso afirmar que somos pobres, apesar sermos europeus e de haver muito dinheiro a voar por aqui, porque não podemos escolher.
Também podemos pensar que devíamos ter cuidado com algumas situações antes de chegarmos aqui, mas aí vem a educação: como está desvalorizada, o pessoal pensa que não serve para nada, e depois é tarde demais.
Tudo isto para dizer que assim muitas pessoas interessantes, para as quais seria bom haver uma musiquinha que gostassem e qualquer coisa fixe para gozarem no fim-de-semana, ficam fora da carroça, tendo o pessoal divulgador que se concentrar e contentar com os tais publicos que compram alguma coisa, neste caso os filhos! Aí entram os tais produtos feitos á medida, como as novelas, quando acaba uma já lá tá outra, é sempre a aviar.
Pormenor exemplificativo de que ter pouco dinheiro, na Alemanha, não quer dizer ser pobre: O Alex Frazão contou-me que lá, onde tem tocado com a Maria João, além de os concertos estarem cheios,as pessoas que vão ter com ele para cumprimentar e felicitar são canalizadores, professores, operários, o dito público em geral, que vai ver porque quer e pode! E de certeza que aquele não é o único concerto disponível naquela noite naquela cidade. Por cá parece que este pessoal fica limitado á floribela...