segunda-feira, abril 03, 2006
Imprensa
Canções têm bondade

Na segunda aventura a solo, intitulada ‘Um e o Outro’, Tim explorou o universo pessoal, com a inspiração de Jorge Palma e dos Titãs e uma mãozinha da fadista Mariza. “Um trabalho mais continuado enquanto compositor e músico” com o qual aprendeu a “sentir a música no seu ‘timing’”, confessou.

Correio da Manhã – Há quanto tempo estava este álbum na forja?

Tim – Não há muito. O início do projecto remonta há três anos, quando, por diversão, trabalhei uma música dos Titãs (‘Epitáfio’) e outra de Jorge Palma (‘Estrela do Mar’): uma ficou numa versão de voz e guitarra, outra numa linha mais electrónica e ambiental. Depois, comecei a trabalhar nos originais com o intuito de fazer uma ponte entre essas canções.

O disco inclui um dueto com Mariza...
– Essa era a única canção que vinha de trás. Foi feita para o último disco da Mariza, ‘Transparente’, mas não chegou a entrar. O mais interessante do tema é o facto de ela cantar num registo invulgar, pouco ou nada fadístico. O original era um fado, mas aproveitámos para lhe dar outra roupagem, com a ajuda do Mário Laginha.

– Estas canções saem num disco a solo porque tratam um universo que não encaixa nos Xutos?

– É mais pessoal e, sobretudo, é um trabalho mais continuado enquanto compositor e músico. Gosto de gravar calmamente, de ter tempo para estudar e tocar as músicas, deixá-las surgir em peças soltas. Nos Xutos é diferente: trabalhamos sempre por objectivos, do género “vamos fazer um disco com o propósito ‘x’, uma digressão a seguir”, etc. Depois, o processo passa por ir buscar coisas que tenham a ver comigo e que não passem tanto pelo universo dos Xutos.

Já lhes mostrou o disco?

– Claro! O Kalú gostou mais deste do que do anterior. O João também me deu os parabéns e disse que não estava nada à espera que a Mariza cantasse assim. O Zé Pedro adora um tema em particular, o ‘Contraluz’. Todos disseram que tinha muito a ver comigo. Temos uma relação franca e aberta para percebermos o que está em jogo e todos querem é que eu me sinta feliz.

– Jorge Palma e os Titãs serviram de inspiração?
– Foram motor de arranque. A música dos Titãs porque se identificava com o que sentia e o Palma porque admiro muito como pessoa e como músico.

– ‘Um e o Outro’ traz letras mais ingénuas, menos urbanas...

– Essa é mesmo a essência do álbum. Foi concebido longe do bulício da cidade para ser ouvido com tempo. São canções que têm uma certa bondade, leveza, um ambiente de paz. São como janelas abertas...

– O que aprendeu com este trabalho?

– A sentir a música no seu ‘timing’ próprio, sem pressa...

PERFIL

Com 28 anos de carreira como vocalista dos Xutos & Pontapés, Tim é um dos mais carismáticos e acarinhados cantores portugueses. Para além dos Xutos pontuou ainda nos projectos Rio Grande e Cabeças no Ar. Em 1999 estreou-se a solo com ‘Olhos Meus’.


Correio da Manhã (02/04/2006)
 
Escrito por Anónimo, às 2:12 da manhã | Permalink |


1 Comentários:


  • At 4:22 da tarde, Anonymous Anónimo

    ainda não ouvi o cd mas tou "morta" p o ouvir,deve ser 5 *, alias como é tudo o k o TIM faz :D
    força e k haja mts e bons concertos